«(...) O Papa introduzirá “uma estrutura canónica que provê a uma reunião corporativa através da instituição de ordinariatos pessoais, que permitirão aos fiéis ex-anglicanos entrar na plena comunhão com a Igreja Católica, conservando ao mesmo tempo elementos do específico património espiritual e litúrgico anglicano”.Cabe realçar a capacidade da Igreja, tantas vezes acusada de ser uma instituição rígida e ancilosada, encontrar uma solução inédita, firmada na tradição e em práticas comprovadas, para fazer face a uma situação nova.
(...)
A figura dos ordinariatos pessoais, que não dependem das dioceses, recorda a figura da “prelatura pessoal” (a única que existe é o Opus Dei), ou os vicariatos castrenses, (dioceses sem território na qual um bispo representa a autoridade eclesiástica para os militares ou forças da ordem católicos e suas famílias, independentemente de onde se encontrem).»
Destaque ainda para o que parece ser a aquisição por parte das estruturas comunicacionais da Igreja de uma maior capacidade para gerir um dossier potencialmente polémico sem dar azo a especulações jornalísticas desinformantes.
«Um SMS enviado ao celular dos correspondentes no Vaticano anunciava de maneira inédita na tarde desta segunda-feira a conferência de imprensa com a qual a Santa Sé revelava, na manhã desta terça-feira, novas disposições de Bento XVI para acolher anglicanos que desejam entrar em comunhão plena com a Igreja Católica.
É a primeira vez que se anunciava de uma maneira tão iminente um encontro com os jornalistas do prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o cardeal William Joseph Levada.
Deste modo, o director da Sala de Informação da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi S.J., não apenas se adiantou aos meios de comunicação para dar a notícia, mas também evitou interpretações erróneas, como as que se deram em Janeiro passado com o anúncio da suspensão da excomunhão dos bispos tradicionalistas ordenados pelo arcebispo Marcel Lefebvre e a polémica sobre o bispo negacionista Richard Williamson.
O SMS fazia relação a uma mensagem enviada por correio electrónico aos jornalistas na qual se explicava que o “briefing” abordaria “um tema relacionado com as relações com os anglicanos”(...).
Este método de comunicação se revelou eficaz, pois o Vaticano também anunciou a notícia em sua página web (www.vatican.va), na parte dedicada à Sala de Imprensa, mas dado que o anúncio foi dado às 17h58, corria-se o risco de que a essa hora nenhum jornalista entrasse no site.
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