Friday, March 19, 2010

CAIR inflitrado em editora dos EUA

Daniel Pipes, em português, acerca do modus operandi de uma das mais importantes associações muçulmanas dos EUA.

«O Conselho de Relações Americano Islâmicas está a postos para o seu ataque habitual na discussão sobre o Islã.

Seu escritório na Filadélfia fará uma entrevista coletiva em 17 de março quando pretende "anunciar o lançamento de uma campanha nacional com o propósito de contestar a tendência anti-islâmica em uma série de livros infantis que o grupo de direitos civis muçulmano com base em Washington diz promover 'hostilidade contra o Islã e suspeição em relação aos muçulmanos".

A referência é a uma série de dez volumes para o ensino fundamental II e o ensino médio intitulado "O Mundo do Islã" produzido pelo Instituto de Pesquisas de Política Externa e publicado pela Editora Mason Crest. (Só para lembrar, de 1986 a 1993, trabalhei como diretor do Instituto de Pesquisas de Política Externa; eu não tinha nenhum papel na série o "Mundo do Islã").

Tomando a dianteira da entrevista coletiva, seria de grande ajuda rever uma troca de e-mails incriminatória entre os membros da equipe do CAIR a respeito da série. O sucedido acorreu em 9 dezembro de 2009, quando o "diretor de direitos civis" do escritório do CAIR na Filadélfia, Moein M. Khawaja, enviou um memo à equipe do CAIR. Khawaja informou ter examinado alguns dos volumes da Mason Crest e marcado matérias consideradas por ele desfavoráveis (como, "A burca é um nítido símbolo da resistência muçulmana européia à assimilação na sociedade").

Apoiando-se em um informante na Mason Crest, Khawaja escreveu:

Eu recebi a lista completa dos pedidos para essa série (pedidos realizados até ontem). Essa lista mostra quais escolas distritais e bibliotecas adquiriram a série completa ou livros em separado - Trata-se de uma campanha nacional. É uma informação valiosa porque podemos contatar cada uma delas e explicar que na realidade receberam propaganda. Não tenho certeza a respeito das questões legais nesse caso – mas deve haver algo sobre mascarar propaganda em escolas e bibliotecas?

Karen Dabdoub do escritório do CAIR em Cincinnati respondeu mais tarde, no mesmo dia, que ela compartilhava com as preocupações de Khawaja.

Muitos desses escritores têm nomes que no mínimo parecem judaicos e nenhum deles lembram nomes muçulmanos. Embora eu saiba que não podemos julgar um livro pela sua capa, ainda assim tenho motivos para duvidar da imparcialidade contida nesses livros. Também chamou a minha atenção um outro livro [publicado pela Mason Crest - DP] sobre o Fundamentalismo Islâmico e a apaixonada análise crítica citada por eles da Associação das Bibliotecas Judaicas.

Ainda em 9 de dezembro, Babak Darvish do escritório do CAIR em Columbus respondeu:

Bem lembrado Karen, os nomes se parecem sim... um deles soa como sérvio ou romeno. Parece que todos que têm queixas contra o Islã estão criando livros para a lavagem cerebral da juventude para a próxima geração. Isso é realmente abominável, seria como neonazistas escreverem livros para o ensino do judaísmo nas escolas públicas.

Presumivelmente o nome que "soa sérvio ou romeno" é o do falecido Michael Radu, ex-coautor e escritor do livro publicado recentemente, Europe's Ghost: Tolerance, Jihadism, and the Crisis of the West (Encounter).

Comentários: (1) Esse episódio levanta questões perturbadoras: O que o CAIR está fazendo com um "informante" dentro da Editora Mason Crest? Em quantas editoras ele já penetrou? E quais instituições culturais têm em sua equipe membros mais leais ao CAIR do que aos seus empregadores?

(2) Comentários sobre nomes de escritores "que no mínimo parecem judaicos" e outro que "soa como sérvio ou romeno" dão uma noção de como a equipe do CAIR pensa e escreve quando imagina não estar sendo observado, com atitudes tendenciosas e até mesmo racistas para com judeus e povos balcânicos, bem diferente da sua aparência pública habitual. (Essa aparência pública ocasionalmente também sofre deslizes, conforme eu já documentei em "Veja Quem Está Perfilando Agora - a equipe do CAIR.")

(3) Ainda mais alarmante é a conclusão, a partir do nome dos autores, de que a série da Mason Crest "é realmente abominável" e a sua comparação a "neonazistas escreverem livros para o ensino do judaísmo nas escolas públicas". Implícito a esse raciocínio é a falsa e degradante assunção de que os povos judeus e balcânicos não possam escrever sobre o Islã.

(4) Eu desafio a Editora Mason Crest a investigar quem de seus funcionários levou clandestinamente para fora informações de direito exclusivo do CAIR e em seguida informar ao público a sua identidade.

(5) E eu desafio o CAIR a repudiar e condenar as declarações antisemitas e racistas dos membros da sua equipe.»

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